Carro Híbrido no Nordeste: O ‘Quentão’ da Tecnologia ou um Oásis de Ilusão?
Ele chegou. Silencioso, ecológico, o suprassumo da tecnologia. O carro híbrido. Mas aqui no nosso Nordeste, terra de sol forte e gente esperta, a pergunta que não quer calar é: essa moda pega ou é só mais uma quentura passageira?
O Canto da Sereia Elétrica
Na teoria, a conta fecha que é uma beleza. Você roda na cidade gastando menos que um camelo no deserto. Se sente o próprio guardião do meio ambiente, mais verde que cacto em dia de chuva. O silêncio do motor elétrico é tão gostoso que dá pra ouvir o vizinho reclamando do preço da gasolina. Um sonho, não é mesmo? Quase.
O Choque de Realidade (e de Voltagem)
Agora, vamos botar os pés na nossa areia quente. Primeiro, o investimento inicial dói no bolso. Com o valor, você compra um carro popular, um terreno e ainda sobra para uma dúzia de queijo coalho na praia.
E a manutenção? Imagine seu híbrido dando um ‘prego’ em pleno sertão. Você vai achar um mecânico que entenda da ‘parafernália’ elétrica ou vai ter que se benzer e esperar um milagre? Postos de recarga, então, são mais raros que sombra de juazeiro ao meio-dia.
Afinal, vale a pena o piseiro?
A verdade, meu caro, é que o carro híbrido no Nordeste ainda é para os desbravadores. Aqueles com coragem (e dinheiro) para bancar a novidade. Para o resto de nós, meros mortais, talvez seja mais prudente esperar a tecnologia ficar mais ‘popular’ que cuscuz no café da manhã.
No fim das contas, entre a promessa do futuro e o calor do presente, a melhor rota é aquela que cabe no seu bolso e na sua realidade.
Beto Águia
